O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) anunciou a ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, como uma das vencedoras do Prêmio Campeões da Terra 2024, principal honraria ambiental da Organização das Nações Unidas (ONU).
A ministra foi homenageada na categoria “liderança política”, pela defesa dos direitos indígenas e pelas ações em prol da preservação do meio ambiente no país.
O Pnuma ressalta que Guajajara é a primeira ministra dos Povos Indígenas do Brasil e se tornou a primeira ministra indígena do país em 2023.
Na avaliação do Pnuma, as demarcações de territórios indígenas realizadas ajudam a afastar o desmatamento, a extração ilegal de madeira e o tráfico de drogas.
Até o momento, 13 terras indígenas foram homologadas nestes dois anos do atual governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com a atuação do Ministério dos Povos Indígenas.
As últimas três homologações aconteceram na última quarta-feira (4) em reunião da ministra com o presidente Lula e representantes dos povos indígenas contemplados, no Palácio do Planalto.
“Estamos vivendo um período de muitos desafios, ambientais, climáticos, sociais, políticos, éticos e espirituais”, disse a ministra, ao ser informada da premiação.
“Parte desses desafios é resultado dos modos hegemônicos da relação humana com o ambiente e com todos os seres viventes. É resultado da exploração predatória da natureza, das relações desiguais de poder na sociedade, das diferenças de acesso a direitos e participação política, da concentração de renda e riqueza por poucos, enquanto a desigualdade se acentua para muitos”, acrescentou Guajajara.
“A valorização da luta e do conhecimento ancestral dos povos indígenas pela manutenção da floresta em pé é essencial para conseguirmos mudar esse cenário.”
Outras quatro pessoas e uma iniciativa de agricultura sustentável também foram homenageadas pelo Pnuma neste ano:
- Amy Bowers Cordalis, norte-americana, defensora dos direitos indígenas;
- Gabriel Paun, romeno, defensor florestal;
- Lu Qi, chinês, cientista;
- Madhav Gadgil, indiano, ecologista;
- SEKEM, iniciativa de desenvolvimento sustentável baseada no Egito.
A estimativa do Pnuma é que mais de três quartos da população mundial seja impactada por secas até 2050, por exemplo.
“Quase 40% das terras do mundo já estão degradadas, a desertificação está aumentando e as secas devastadoras estão se tornando mais regulares. A boa notícia é que as soluções já existem hoje e, em todo o mundo, indivíduos e organizações extraordinárias estão demonstrando que é possível defender e curar nosso planeta”, afirmou a diretora-executiva do Pnuma, Inger Andersen, em nota.
“Os esforços dos Campeões da Terra de 2024 são um lembrete de que a luta para proteger nossa terra, nossos rios e nossos oceanos é uma luta que podemos vencer. Com as políticas certas, avanços científicos, reformas de sistemas, ativismo, bem como a liderança vital e a sabedoria dos Povos Indígenas, podemos restaurar nossos ecossistemas”, completou.
Este conteúdo foi originalmente publicado em Pnuma premia ministra Sônia Guajajara por liderança em prol dos direitos indígenas no site CNN Brasil.
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Postado em: 00:43