Bases do acordo em vigor desde a madrugada já foram determinadas anteriormente, mas seguidas também por repetidas violações de ambas as partes. O cessar-fogo entre Israel e Hezbollah entrou em vigor e trouxe o alívio momentâneo e necessário a um conflito armado de 14 meses, que matou 3.800 libaneses, deslocou mais de 1,2 milhão de pessoas, de um lado; e removeu 60 mil israelenses de suas casas, de outro.
Mas o ceticismo em relação a uma paz duradoura é dominante nos dois países e se justifica pelo próprio histórico de hostilidades.
O acordo divulgado nesta terça-feira tem como base a Resolução 1701 do Conselho de Segurança da ONU, que pôs fim à guerra entre Israel e o grupo armado libanês em 2006 e não foi implementada seriamente, sob a alegação de repetidas violações reivindicadas por ambas as partes.
Os termos são semelhantes: as áreas ao sul do rio Litani devem estar livres de qualquer pessoal armado ou armas que não sejam do Estado libanês e da força de paz da ONU (Unifil). Ou seja, o Hezbollah deve se retirar de seu reduto no sul do Líbano, em direção ao norte do Rio Litani, e as tropas de Israel devem recuar para o seu lado da fronteira.
A diferença é que desta vez os EUA e a França integram um mecanismo para supervisionar a sua implementação, equipado para julgar as denúncias de supostas violações da trégua.
O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu deixou muito claro que se reserva o direito de responder com força, se acreditar que o Hezbollah representa uma ameaça — o que já, por si só, prenuncia a fragilidade da trégua.
“Se o Hezbollah violar o acordo e tentar se reamar, atacaremos. A duração do cessar-fogo dependerá do que acontecer no Líbano”, avisou o premiê. O Exército libanês e a missão de paz da ONU serão encarregados de impedir o reagrupamento do Hezbollah.
É justamente neste ponto que se concentra a desconfiança dos israelenses, sobretudo os do Norte, que foram obrigados a deixar suas casas pelos ataques diários de foguetes e drones da milícia xiita.
As cenas de engarrafamentos gigantescos nas estradas libanesas para o retorno de moradores ansiosos ao Sul, reproduzidas na manhã desta quarta-feira, contrastavam com as de vias vazias no norte de Israel.
Se o principal argumento de Netanyahu para a invasão do Líbano foi assegurar a segurança no Norte e o retorno dos moradores às cidades abandonadas da fronteira, não há um plano definido para que isso aconteça.
O prefeito de Kiryat Shmona, uma das cidades fronteiriças, criticou a retirada israelense do Líbano, que, segundo a voz corrente na região, permitirá, a médio prazo, que o fragilizado Hezbollah se recupere e reconstrua a sua infraestrutura.
“Os moradores não querem voltar, temem um ataque maciço como o que ocorreu no Sul do país, perpetrado pelo Hamas em 2023”, afirmou o prefeito, partidário da criação de uma zona-tampão para garantir a segurança da população do norte.
Pesquisas mostram que os israelenses estão divididos em relação à trégua com o Hezbollah: 37% a favor, 32% contra e 31% indecisos. Entre a base que apoia o premiê, 80% se opõem à trégua. Um acordo de cessar-fogo é sempre uma boa notícia e equivale à vitória da diplomacia, mas, em relação a Israel e Hezbollah, a cautela e a reticência prevalecem.
Mas o ceticismo em relação a uma paz duradoura é dominante nos dois países e se justifica pelo próprio histórico de hostilidades.
O acordo divulgado nesta terça-feira tem como base a Resolução 1701 do Conselho de Segurança da ONU, que pôs fim à guerra entre Israel e o grupo armado libanês em 2006 e não foi implementada seriamente, sob a alegação de repetidas violações reivindicadas por ambas as partes.
Os termos são semelhantes: as áreas ao sul do rio Litani devem estar livres de qualquer pessoal armado ou armas que não sejam do Estado libanês e da força de paz da ONU (Unifil). Ou seja, o Hezbollah deve se retirar de seu reduto no sul do Líbano, em direção ao norte do Rio Litani, e as tropas de Israel devem recuar para o seu lado da fronteira.
A diferença é que desta vez os EUA e a França integram um mecanismo para supervisionar a sua implementação, equipado para julgar as denúncias de supostas violações da trégua.
O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu deixou muito claro que se reserva o direito de responder com força, se acreditar que o Hezbollah representa uma ameaça — o que já, por si só, prenuncia a fragilidade da trégua.
“Se o Hezbollah violar o acordo e tentar se reamar, atacaremos. A duração do cessar-fogo dependerá do que acontecer no Líbano”, avisou o premiê. O Exército libanês e a missão de paz da ONU serão encarregados de impedir o reagrupamento do Hezbollah.
É justamente neste ponto que se concentra a desconfiança dos israelenses, sobretudo os do Norte, que foram obrigados a deixar suas casas pelos ataques diários de foguetes e drones da milícia xiita.
As cenas de engarrafamentos gigantescos nas estradas libanesas para o retorno de moradores ansiosos ao Sul, reproduzidas na manhã desta quarta-feira, contrastavam com as de vias vazias no norte de Israel.
Se o principal argumento de Netanyahu para a invasão do Líbano foi assegurar a segurança no Norte e o retorno dos moradores às cidades abandonadas da fronteira, não há um plano definido para que isso aconteça.
O prefeito de Kiryat Shmona, uma das cidades fronteiriças, criticou a retirada israelense do Líbano, que, segundo a voz corrente na região, permitirá, a médio prazo, que o fragilizado Hezbollah se recupere e reconstrua a sua infraestrutura.
“Os moradores não querem voltar, temem um ataque maciço como o que ocorreu no Sul do país, perpetrado pelo Hamas em 2023”, afirmou o prefeito, partidário da criação de uma zona-tampão para garantir a segurança da população do norte.
Pesquisas mostram que os israelenses estão divididos em relação à trégua com o Hezbollah: 37% a favor, 32% contra e 31% indecisos. Entre a base que apoia o premiê, 80% se opõem à trégua. Um acordo de cessar-fogo é sempre uma boa notícia e equivale à vitória da diplomacia, mas, em relação a Israel e Hezbollah, a cautela e a reticência prevalecem.
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Postado em: 09:03