O Ibovespa opera em queda nas primeiras negociações desta segunda-feira (18) e o dólar se mantém praticamente estável, com mercados à espera de novidades do pacote de corte de gastos do governo federal.
A semana também é marcada pela Cúpula de Líderes do G20, entre segunda e terça-feira (19), que reúne as maiores economias do globo no Rio de Janeiro.
Na cena externa, as atenções seguem nas expectativas com a volta de Donald Trump à Casa Branca e os impactos de suas ações na inflação e na política de juros do Federal Reserve (Fed).
Por volta das 10h20, o principal índice do mercado doméstico operava com recuo de 0,2%, aos 127,5 mil pontos. Lá fora, bolsas em Wall Street operam no vermelho, mesma direção das praças na Europa. Na Ásia, as bolsas encerraram sem direção única.
Na mesma hora, o dólar oscilava, com leve queda de 0,1%, a R$ 5,788.
Nesta sessão, investidores demonstravam cautela antes de eventos econômicos esperados para esta semana, particularmente o anúncio de medidas de contenção de gastos pelo Executivo, que busca garantir a sustentação do arcabouço fiscal no longo prazo.
A demora pelo anúncio, uma vez que o governo prometeu divulgar as medidas após o segundo turno das eleições municipais, tem gerado estresse no mercado e pressão sobre os ativos brasileiros, mantendo o dólar acima do patamar de R$ 5,75.
Mais cedo, analistas consultados pelo Banco Central subiram novamente sua projeção para o nível da Selic no próximo ano no Focus, elevando também as previsões para as cotações do dólar.
O levantamento mostrou que a mediana das expectativas para a taxa básica de juros ao fim do próximo ano agora é de 12%, de 11,5% na semana anterior. Para 2024, a projeção para a Selic, atualmente em 11,25%, manteve-se em 11,75%.
A pesquisa mostrou ainda um aumento na expectativa para a cotação do dólar em 2024, agora em R$ 5,60, de R$ 5,55 na semana anterior. No final do próximo ano, a moeda norte-americana deve atingir R$ 5,50, segundo os analistas, ante R$ 5,48 há uma semana.
No exterior, a moeda norte-americana perdia parte da força, após sessões recentes com grandes ganhos na esteira da vitória de Trump na eleição presidencial dos EUA. As medidas do republicano, que incluem tarifas e cortes de impostos, são consideradas inflacionárias por analistas.
Com isso, operadores têm reduzido as apostas em cortes de juros pelo Federal Reserve no próximo ano, elevando os rendimentos dos Treasuries e tornando o dólar mais atrativo para investidores estrangeiros.
Os mercados globais aguardam o anúncio por Trump de quem será seu secretário do Tesouro a partir de janeiro de 2025.
Fonte: CNN Brasil